“FÁBRICA DO NADA” · de Judith Herzberg
TEATRO
EXPERIMENTAL DE MORTÁGUA
Drama – M/12 – 90 minutos
Fábrica do Nada. Aqui nada se compra, nada se faz, nada se vende, nada
se cria, nada se inventa, nada se fabrica. Nada! Meros pensamentos, ideias,
interesses e sugestões... NADA!
Uma fábrica de cinzeiros fecha, e os trabalhadores, não querendo ficar
desempregados, resolvem continuar a trabalhar numa nova produção: nada. À volta
de nada organiza-se tudo, desde a escolha do gerente da fábrica, aos furtos dos
produtos e aos tribunais, a mostrar por que caminhos segue esta história.
Estes
operários que preferem fazer nada a nada fazer inscrevem-se mais na linha do
‘saber ver quando se vê’ do Alberto Caeiro e do ‘fazer não fazendo’ do Lau Tsu,
do que no ‘preferia não o fazer’ do Bartleby. Em lugar da angústia do
desaparecimento das coisas e dos seres que a palavra vazia sugere, o vazio que
o patrão deixa ao fechar a fábrica permite o vazio do espaço côncavo em que
tudo pode acontecer precisamente porque está vazio. Permite a boa projecção do
som. E os actores, seguem atentamente o que se vai passando com as vozes.
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